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COVID-19 X WALKING DEAD

A PANDEMIA E A SÉRIE DE TV

The Walking Dead (TWD)…

… é uma dessas séries de televisão que conquistam públicos variados a tônica dos apaixonados é a mesma: o que menos conta em TWD são os zumbis. Mas como fazer essa afirmação se a série explora uma realidade apocalíptica de um vírus que transforma seres humanos em criaturas mortas-vivas? A verdade é que a série está mais para um estudo sociológico que um epidemiológico, mas há também detalhes (escabrosos e surreais) deste último. Por exemplo, qual a regra número 1 a ser seguida? Não ser mordido por um zumbi porque este está carregado do vírus que destruiu a humanidade e um simples arranhão das bestas-feras pode inserir o micro-organismo na corrente sanguínea da pessoa que morre e em pouco tempo “reanima-se” tornando-se agora, um hospedeiro do vírus a ser espalhado.

ALERTA SPOILER

Então, a série resume-se a uma fuga desesperada de mordidas e arranhões de zumbis? Não! Quer dizer, é, mas não, apenas. Além disso, na segunda temporada já sabemos que todos estão contaminados com o vírus que se manifesta quando a pessoa morre e “revive” e aí a conversa vai longe e qualquer cientista da área bacteriológica, um infectologista, vai adorar fazer relações entre o vírus zumbi e outros viruses em circulação na vida real. Mas o que realmente importa em TWD? Para o sociólogo Jorge Henrique Fugimoto, a razão de o tema “zumbi” fazer tanto sucesso nas produções contemporâneas é que ele representa uma ruptura na forma com que as sociedades se organizam, “despertando no público as fantasias de sobrevivência e os sentimentos de ansiedade e desconfiança”.

A SÉRIE

Sites oficiais: Official Facebook | Official Instagram |

País: Estados Unidos

Língua: Inglês americano

Data de lançamento no Brasil: 2 de novembro de 2010

Set de filmagens: Senoia, Georgia (EUA)

Temporada: 11a

Exibição: Canal FOX

O ENREDO

O xerife Rick Grimes leva um tiro e entra em coma. Quando acorda em um hospital deserto, entende que o mundo como era conhecido está em ruínas e ele se encontra em um apocalipse zumbi. Sem saber o que fazer, encontra sua família e se conecta a um grupo de sobreviventes do qual se torna líder na difícil tarefa de encontrar um lugar para morar e conseguir alimentos.

Esta série é sobre correr riscos e o que se faz para sobreviver.

PESQUISA

FUGIMOTO, Jorge Henrique. Os vivos, os mortos e os mortos-vivos: uma análise sociológica do seriado The Walking Dead. 2015. 171 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, 2015. https://www.hojeemdia.com.br/almanaque/entenda-ofen%C3%B4meno-zumbi-pesquisador-investiga-aspectossociol%C3%B3gicos-em-the-walking-dead-1.422855

Parece difícil entender como uma obra que aposta em um trabalho de caracterização muito bem feito dos mortos-vivos atraia tantos fãs, afinal a estética do personagem principal é um farrapo humano faminto que emite sons guturais desconexos em um mundo devastado. Uma possível chave do sucesso é que a série investe em elementos sociais com os quais temos afinidades. Os humanos da série estão dispostos sobre um pano de fundo social: uma família composta por mãe amorosa, filho mimado e superprotegido e o pai que se transforma no grande líder Rick Grimes. Os outros sobreviventes também representam a sociedade atual representando diferenças étnicas e sociais.

“Os indivíduos se mostram inicialmente divergentes e conflituosos, unidos somente pela necessidade, sobretudo a sobrevivência. Porém, com o passar do tempo, essas diferenças começam a diminuir e há uma ligação maior entre eles”, explica Fugimoto. É nesse ponto focal que a série detém-se, no estabelecimento de uma nova sociedade, um cotidiano reconstruído com novas regras em que a sobrevivência de todos depende de todos. E é aí que abrimos a conversa para pensarmos em como as maneiras de nos protegermos do novo coronavírus se relacionam com a série TWD.

Veja um anúncio para o uso de máscaras faciais:

Os especialistas recomendam que pratiquemos o distanciamento social, mas como nem sempre é possível ficarmos em casa, devemos usar máscaras ao sair às ruas e conversar com pessoas. Os materiais caseiros recomendados não possuem as condições necessárias para serem barreiras definitivas para o vírus, mas ao usar uma máscara de tecido, eu evito que a minha saliva chegue ao outro e o contamine, e ele, ao fazer o mesmo, evita que a sua saliva me atinja. Então, perguntamos: Que momento real é esse em que eu me protejo quando protejo você? Que novo arranjo social é esse em que a palavra distanciamento passou a ter uma conotação positiva? Que nova ordem é essa em que somente separados fisicamente uns dos outros, poderemos vencer essa doença causada pelo contato entre seres humanos.

Vamos conversar?

Profa. Claudia Garcia Cavalcante

Rua Jaguariaíva, 512 - Caiobá
Matinhos, Paraná | CEP 83.260-000
Fone: (41) 3511-8300