Por Simone Meirelles (SUCOM-UFPR)
No próximo sábado, dia 18 de outubro, o Grupo PET Litoral Indígena promove em Curitiba o II Ciclo EtnoCine, com a exibição do curta metragem Fuá, o Sonho, uma produção intercultural protagonizada por mulheres kaingangs vencedora da melhor direção no 53°Festival de Cinema de Gramado. O evento é gratuito e aberto ao público. O filme também está disponível no YouTube.
A produção teve a participação de dois integrantes do PET Litoral Indígena: o roteiro foi escrito pela antropóloga Ana Elisa de Castro Freitas, docente na UFPR e tutora do PET, em colaboração com a Kujà Gah Té, liderança da etnia Kaingang, e a identidade visual do filme é assinada pelo bolsista Nauan Fotanh Felix Bernardo, acadêmico Kaingang do Design Gráfico da UFPR e membro da equipe de difusão cultural do PET.
“Em janeiro de 2024 ficamos mergulhados por uma semana na terra indígena Kógūnh Mág, na Floresta Nacional de Canela, Serra Gaúcha, em atividade extensionista do PET. Juntamente à equipe de produção do filme, nesse período redigimos colaborativamente o roteiro com a comunidade, e Nauan coordenou oficinas gráficas com a comunidade Kaingang”, comenta Ana Elisa.
O convite da comunidade Kaingang de Kógūnh Mág e da produtora do filme demonstra a relevância das metodologias interculturais desenvolvidas no Grupo PET Litoral Indígena na UFPR, que este ano celebra 15 anos de sua criação.
O curta-metragem Fuá, o Sonho conta a história de uma jovem Kaingang que começa a ter pesadelos recorrentes com uma planta misteriosa e suas marcas tribais. Criada distante das tradições de seu povo, ela sente que esses sonhos carregam um chamado. Enquanto sua mãe enfrenta um problema de visão sem encontrar cura nos remédios convencionais, a jovem vai buscar respostas com sua avó, que a incentiva a seguir os sinais do sonho. Juntas, elas partem em direção à Kujá Gah Té, uma sábia liderança espiritual do povo Kaingang. Em uma jornada de descoberta, cura e reencontro com suas raízes, a jovem precisará decifrar o significado dos sonhos e da planta para curar sua mãe e se reencontrar sua verdadeira identidade.
O curta já foi exibido em mostra na Sala Redenção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, no Festival de Cinema de Gravataí/RS, no Festival Cine73, em Caraíva/BA e no Festival de Cinema Ambiental da Chapada Diamantina/BA e será a primeira exibição pública da obra no Paraná.
Após a exibição, os participantes são convidados a debater o filme com o PET Indígena em uma oficina experimental de modelagem em argila. Temas como saúde, xamanismo, itinerários terapêuticos, dilemas culturais, ecologia e ancestralidade ingressam no debate.
EtnoCine é uma atividade cultural desenvolvida pelo Grupo PET Litoral Indígena/Programa de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir produções audiovisuais derivadas das iniciativas indígenas e interculturais. Fiquem de olho nas próximas edições!
Serviço:
2º Ciclo EtnoCine
Quando: 18/10/2025, às 13h30
Local: Anfiteatro 800 – Ed. Dom Pedro I
Rua General Carneiro, 460, 8º andar, Curitiba.
Campus Reitoria – UFPR
