Projeto reúne UFPR, Pref. de Matinhos e Amagem

 7 de maio de 2020 - 18h33

O Projeto ALTERNATIVAS AGROECOLÓGICAS PARA ENFRENTAR OS TEMPOS DE CRISE é fruto do esforço coletivo de um grupo de professores, técnicos, estudantes e egressos da UFPR – SETOR LITORAL.

Através destes atores, forma-se uma rede interinstitucional que envolve a UFPR, a AMAGEM (Associação Agentes Ambientais Vila Nova), a Prefeitura de Matinhos, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e os diversos movimentos de luta pela terra e pela produção agroecológica de alimentos.

A iniciativa surgiu com o interesse em conectar agricultores e consumidores, a fim de criar uma parceria para permitir que os primeiros se sustentem de sua produção e perpetuem seu acesso aos mercados, e os segundos comprem produtos alimentares de qualidade a um preço justo. Outro objetivo é garantir que parte da população que tem sua renda originada nos resíduos sólidos domiciliares, conte com ações de garantia de sua segurança alimentar neste período, bem como receba o lixo doméstico dentro de condições mais adequadas quanto à saúde e ao manuseio. Além de serem os destinatários da ação solidária da arrecadação das doações, eles também terão, portanto, um estímulo à sua produção, o que afasta este projeto de práticas que possam ser confundidas com a mera caridade ou com relações de clientelismo. Busca-se ajudar a evitar a fome entre as famílias, mas ao mesmo tempo desejamos criar condições para que elas se sustentem a partir de sua atividade econômica.

É uma iniciativa solidária que busca agir na linha de frente aos problemas sociais e de saúde pública que acompanham a pandemia, e que corremos o risco que se agravem no futuro próximo. Dessa forma, a meta é proteger as populações mais vulneráveis da cidade, tanto da pandemia, quanto dos efeitos econômicos da crise na qual nos encontramos, e que certamente virá com mais força no futuro, quando o nível de proliferação da doença estiver mais controlado.

As medidas tomadas são relativamente simples: uma delas é auxiliar sobre a conscientização acerca do fluxo de materiais recicláveis e do lixo doméstico durante o estágio atual de circulação do vírus. Sabemos que os resíduos domiciliares são fonte de renda para uma parte importante da população local, e garantir higiene e segurança no descarte para facilitar a coleta, é bastante importante. Da mesma forma, no momento, esses resíduos também passam a ser fator de contaminação, se os devidos cuidados não forem tomados. Assim, deseja-se contribuir para que as populações que trabalham com essa atividade estejam acolhidas ao menos por ações que garantam sua segurança alimentar e laboral. A outra medida passa por fortalecer a pequena agricultura familiar local, propondo alternativas ecologicamente seguras e socialmente justas tanto nas relações de produção quanto nas de consumo. Esses dois segmentos, dos pequenos agricultores rurais e dos coletores de resíduos domiciliares, são o público ao qual direcionaremos nossas ações de solidariedade.

Compras solidárias
Para isso, inicia-se a organização de um movimento relacionado ao consumo consciente e a doações voluntárias de alimentos, que funcionará assim:
A cada 15 dias, apresentaremos a relação de uma cesta de produtos agroecológicos para ser comprada por vocês. A ideia é de que na compra, se possível, você compre uma cesta e doe outra para quem, no meio desta crise, não possa comprar. Caso você não tenha como contribuir com uma cesta completa, doe qualquer valor possível para a compra coletiva de outra. E ainda assim, mesmo que você não consiga contribuir neste momento, faça a sua aquisição de produtos livres de agrotóxicos e veneno, e que sejam produzidos respeitando o trabalho dos produtores rurais envolvidos. Com a compra da cesta, você estará colocando saúde em sua mesa, o que no momento atual é muito importante, e não deixa de ser, portanto, também uma ação social de proteção, pois se protegendo, você também está protegendo ao restante da sociedade. Mais que nunca, comer é agora um ato político.

Ao comprar a primeira cesta, você contribuirá com a agricultura familiar do assentamento Contestado, na Lapa (PR). Conforme a rede de consumo se consolide, em paralelo, realizaremos a substituição dos produtos da Lapa pela produção dos produtores locais, incrementando a renda dos pequenos agricultores do município e da região, e sugestionando ao aumento desta outra rede, que é a da produção. Passada a pandemia, se tudo correr bem, os produtores locais terão encontrado a partir deste projeto, uma rede de consumidores que os motive a continuar produzindo alimentos saudáveis como forma de vida.

Pedidos: até terças-feiras / entregas: sábados
INFORMAÇÕES E PEDIDOS PELO WATTSAPP NO NÚMERO: 41 99909-8737, COM MAURÍCIO DE SOUZA

Rua Jaguariaíva, 512 - Caiobá
Matinhos, Paraná | CEP 83.260-000
Fone: (41) 3511-8300