Pobreza poderá avançar significativamente no litoral do Paraná

 28 de abril de 2020 - 15h00

Os sete municípios que compõem o litoral do Paraná formam uma das regiões mais pobre do estado. Diante da pandemia do coronavírus, as vulnerabilidades econômicas e sociais se tornam ainda mais evidentes, como é demonstrado no artigo Pobreza e extrema pobreza em tempos de pandemia COVID 19 – Situação do Litoral do Paraná, produzido pelas docentes do curso de Serviço Social da UFPR Litoral, Ane Bárbara Voidelo e  Giselle Ávila Leal de Meirelles. Com base em projeções feitas em um estudo da Cepal, América Latina y el Caribe ante la pandemia del COVID-19 Efectos económicos y sociales. 2020, elas fazem uma projeção dos impactos da pandemia nas famílias pobres da região.

Os primeiros sintomas da crise econômica foram sentidos pelas famílias de coletores de materiais recicláveis e prestadores de serviços informais, que ficaram sem renda assim que a quarentena teve início. Situações como essas devem aumentar diretamente o número de famílias na faixa de pobreza (famílias com renda per capita até 3 salários mínimos e meio) e extrema pobreza, como explicam as autoras.

As projeções apontam que a pobreza extrema pode crescer em 2,30%, elevando de 9.892 famílias para 10.120 famílias nessa situação no litoral do Paraná. Em situação de pobreza são atualmente 24.519, a estimativa é que o número seja ampliado em 3,50%, o que faz com que o litoral do Paraná passará a contar com 25.337 de famílias pobres.

“Neste caso, estima-se que o litoral paranaense, que hoje conta com o total de 34.341 mil famílias empobrecidas, passará a contar com 35.427 mil famílias pobres até o final de 2020. Se considerarmos uma média de 3 pessoas por família, encontramos a número assustador de 106.281 mil pessoas em situação de pobreza no litoral do Paraná”, explicam as pesquisadoras no artigo (veja infográfico).

Diante disso, elas apontam que serão necessários investimentos junto às políticas sociais existentes, como o Bolsa Família, ou mesmo com a implantação de novas políticas diante de novas necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais. “Aqui, o mais preocupante consiste, realmente, é garantir o direito de sobrevivência da população litorânea, mas, sobretudo, alcançar tal garantia mediante condições dignas de sobrevivência”, ressalta a professora Ane.

“Não há dúvidas de que a forma mais imediata de enfrentamento à pobreza é a garantia de valores nutricionais de acordo com os mínimos necessários para a segurança alimentar das famílias pobres. Isto é primordial até mesmo frente à própria possibilidade de se contrair o coronavírus, tendo em vista que quanto melhores as condições físicas do indivíduo, mais chances ele terá de se recuperar da doença adquirida”, continua a professora (acesse o artigo na íntegra https://litoral.ufpr.br/wp-content/uploads/2020/04/Artigo-Pobreza-LItoral.pdf ).

Diante desse desafio e do tempo necessários para que as instituições públicas de assistência social e saúde ajustem suas ações às novas demandas, a UFPR Litoral, que tem seu compus instalado em Matinhos, está desenvolvendo várias frentes de ações diante dos desafios apresentados pela pandemia. Elas podem ser acompanhadas pelo site: https://litoral.ufpr.br/coronavirus. Com o slogan O vírus é contagioso, mas a solidariedade é contagiante, servidores e estudantes unem-se em atividades como: arrecadação e distribuição de alimentos, em parceria com a sociedade civil organizada; produção e distribuição de marmitas a população me situação de rua; produção e distribuição de álcool líquido 70 para secretarias de saúde municipais; produção e distribuição de máscaras caseiras;  mapeamento e divulgação de ações sociais de inciativa pública e da sociedade civil; tradução em libras de informações relacionadas à pandemia; entre outras ações e projetos de iniciativa pessoal ou coletiva da comunidade acadêmica.

O projeto de extensão Observatório do Litoral Paranaense mapeou mais de trin