Nota da Direção sobre os bloqueios das estradas
Dia 30 de outubro, o segundo turno para a eleição do novo presidente do Brasil transcorreu de forma democrática, assim como aconteceu no primeiro turno, em uma demonstração da segurança e transparência de todo processo eleitoral brasileiro. Porém, divulgado o resultado pelo TSE, iniciaram-se, por apoiadores antidemocráticos do presidente perdedor, atos ilegítimos de bloqueio de estradas, atacando o presidente eleito, questionando de maneira  infundada o processo eleitoral e, principalmente,  pedindo de intervenção militar/federal, ou, de forma mais clara, pedindo golpe e retorno à Ditadura.
Trata-se de um movimento ilegal que, mais do que impedir o livre trânsito das pessoas, especialmente das mais vulneráveis e de trabalhadoras e trabalhadores,  o faz para criar o caos e promover a desinformação.
A consequência perversa disso, além do impedimento de que fluam produtos essenciais e colocar a própria  vida das pessoas em risco, é a tentativa de fazer renascer um movimento que em 1964 teve coro em parte da sociedade civil e levou ao golpe civil-militar. E esse arremedo atual do golpe de 64 desconsidera toda luta para a redemocratização, na qual muitos foram torturados, mortos, exilados. Desconsidera a luta que a maioria da população brasileira faz cotidianamente para garantir os princípios constitucionais e a democracia.
Na UFPR Litoral, esse movimento antidemocrático que bloqueia as estradas também nos afetou diretamente no prosseguimento das nossas aulas, pesquisas e projetos de extensão, pois nossa comunidade acadêmica foi impedida de chegar à universidade. E, sermos impedidos de educar, pesquisar e estar junto às comunidades traz impactos para o desenvolvimento do país. Por isso, os bloqueios golpistas interromperam mais do que estradas, interromperam a produção de saberes e o futuro. Assim como um produto perecível não tem como ser reposto, cada a dia que nos impediram de chegar ao nosso local de trabalho atrasou a construção de um país que se quer soberano, livre e justo para todas e todos.
Por isso, nosso repúdio a toda forma de golpismo! Repudiamos esse movimento de bolsonaristas que impede o direito de ir e vir com uma pauta que nada mais é do que não aceitar que o processo democrático se deu de forma legítima e que temos um novo presidente eleito pela maioria da população.