sobre o enfrentamento da pandemia
Vivemos, no mês de junho de 2020, as incertezas da pandemia da COVID-19, declarada em 11 de março de 2020, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Até o momento, incontáveis vidas se foram vÃtimas da doença e as perspectivas são pessimistas, pois o Brasil segue sem uma polÃtica clara e articulada entre os nÃveis federal, estadual e municipal para o enfrentamento da pandemia, sofrendo com o retrocesso polÃtico e social instaurado pelo governo federal e, especialmente, pela troca sucessiva de Ministros da Saúde e mais de um mês com um Ministro Interino. Uma situação que afeta a todas e todos, em todos os nÃveis de vida.
A UFPR, seguindo as recomendações da OMS, adotou as medidas de distanciamento e isolamento social já a partir do dia 15 de março. No dia 16 de março, o calendário acadêmico foi suspenso. A partir daÃ, docentes e técnicas e técnicos administrativos vêm trabalhando remotamente para que os processos pedagógicos e acadêmicos sejam garantidos e nossas instâncias de representação democrática sigam pautando nossas decisões.
Durante a suspensão do calendário, docentes, coordenadoras-es e a direção UFPR Litoral deliberaram, a partir das orientações da Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional (PROGRAD), que cada curso teria autonomia para propor atividades remotas, de caráter pedagógico, mas que essas atividades não se configurariam como obrigatórias. O que torna comum as decisões é nosso Projeto PolÃtico Pedagógico, que se fundamenta em uma concepção libertadora e inclusiva de educação.  Além disso, nos mantemos firmes contra as investidas de soluções que atendam à pauta neoliberal de precarização da universidade e desconsiderem a vulnerabilidade social e digital das-os estudantes, assim como a necessidade de formação docente para o uso das novas tecnologias.
Foram criadas pelos cursos várias propostas de atividades remotas a partir do planejamento, sistematização, rotinas e registros em que o principal objetivo sempre foi respeitar o momento de extrema fragilidade provocado pela pandemia e garantir a qualidade humana e acadêmica: orientações individuais, promoção de atividades formativas; construção de informativos semanais; elaboração de plano mensal de estudos; reuniões remotas periódicas; criação de grupos de Whatsapp; disponibilização de materiais diversos de estudo e pesquisa; manutenção de página dos cursos no Facebook; produção de pesquisas com temas relacionados à pandemia e à pós-pandemia; disponibilização de vÃdeos, filmes, livros; produção de vÃdeos pelos docentes para envio aos estudantes; organização de Lives, Mesas Redondas, encontros temáticos; utilização mais pedagógica do Site do Setor Litoral; indicação de material sobre a situação atual do paÃs no enfrentamento à pandemia; diário da quarentena e muitas outras propostas pautadas no ousar e pensar para além das rotinas já conhecidas e construir novas possibilidades de interação e registros. Nesse processo de reinventar o ensino, o que nos define é a consciência de que o papel social da universidade é contribuir para que a comunidade acadêmica seja atendida de forma solidária durante o perÃodo de isolamento social, estando a ciência e a educação voltadas para o combate à pandemia, assim como a compreensão de que está na educação o poder de dar respostas e criar novas possibilidades.
Nesse momento, fica cada vez mais claro que somente com a descoberta de uma vacina poderemos retornar à forma presencial com segurança. Por isso, seguimos avançando nas reflexões e proposições coletivas para que possamos garantir a qualidade das atividades remotas em andamento e que elas possam ser ampliadas. Sabemos que o desafio que temos é garantir que nenhum-a estudante fique de fora da universidade até o retorno presencial, seja por não ter acesso a equipamento adequado, rede de acesso ou dificuldade tecnológica. Nossa preocupação, mais do que garantir formalmente o cumprimento do calendário acadêmico, é garantir nosso Projeto PolÃtico Pedagógico, inclusivo e democrático, com formação humana e profissional de qualidade, entendendo que a tecnologia é um recurso compleme