O III Simpósio de Desenvolvimento Territorial Sustentável, realizado entre os dias 06 e 09 de novembro na UFPR Litoral, reuniu mais de 260 participantes, com representantes de dez estados brasileiros e da Colômbia. Foram apresentados 221 trabalhos, sendo 133 trabalhos completos e 88 banners. Houve ainda três conferências, três mesas redondas e apresentações culturais. O evento foi organizado pelos professores Juliana Quadros, Natália Tavares e Rodrigo Rossi Horochovski, que atuam no Setor Litoral e junto ao PPGDTS (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial Sustentável), que foi criado há cinco anos.
Juliana Quadros agradeceu o apoio da direção do Setor Litoral, da reitoria da UFPR e da PRPPG à realização do evento, assim como da comunidade acadêmica: docentes, técnicos, estudantes e terceirizados, que, segundo ela, acreditaram e se envolveram na realização dessa terceira edição do SBDTS. “Esta edição do evento foi marcada ainda pela presença da cacique Juliana Kerexu, da aldeia Guarani Tekoa Takuaty, da Ilha da Cotinga. Acredito que o III Simpósio cumpriu o seu papel na divulgação e construção do conhecimento, aproximando pesquisadores de diferentes regiões do país e do exterior, dando visibilidade a povos e comunidades tradicionais”, comemorou a coordenadora. Para Dailey Fischer, uma das coordenadoras do GT7 – Análise Ambiental do Território, o evento ainda se destacou pela qualidade das pesquisas apresentadas nos GTs (Grupos de Trabalhos).
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor convidado da UFRJ, o historiador José Augusto Pádua, que é especialista em história ambiental e política ambiental, temas sobre os quais deu cursos, proferiu conferências e participou de trabalhos de campo em mais de 40 países. No segundo dia do evento, o professor argentino Horácio Bozzano abordou o tema Desenvolvimento territorial sustentável: os discursos… e as ações? Territórios possíveis, práxis e transformação. Ele apresentou trabalhos realizados pela Red Científica Latinoamericana Territorios Posibles, que visam integrar ensino, pesquisa e extensão, em ações de longo prazo realizadas pelas universidades, em conjunto com demais atores locais. Bozzano ressaltou que os cientistas são seres raros no mundo, “é muito difícil transformar o mundo pela ciência, porque nós cientistas somos muito poucos – uma em cada mil pessoas”, afirmou. Os trabalhos desenvolvidos pela rede visam identificar identidades, necessidades e sonhos dos grupos com quem trabalham, dedicando maior tempo às ações que levam à transformação.
Conferência de encerramento Natureza, Conhecimento e (Bio)diversidade sob Ataque: o discurso oficial do desmonte e as narrativas de resistência na cena midiática foi ministrada pela professora Rosane Maria Albino Steinbrenner (UFPA). Ela abordou, entre outras questões, uma visão crítica da comunicação a partir do pensamento pós-colonial/decolonial.