Evento pauta direitos das mulheres no litoral do PR

 21 de novembro de 2024 - 16h12

O II Fórum Permanente de Conselhos Municipais de Direitos das Mulheres e Coletivos do Litoral do Paraná foi realizado na Unespar, em Paranaguá, no dia 19 de novembro, e reuniu mais de uma centena de pessoas dos sete municípios do litoral.

A UFPR Litoral foi uma das apoiadoras do evento, por meio do projeto de extensão Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar, coordenado pela professora Adriana Lucinda de Oliveira, do curso de Serviço Social. Quando foi realizado o primeiro Fórum, havia apenas três Conselhos da Mulher nos municípios do litoral; atualmente, seis municípios possuem conselhos formados, o que foi apontado como um avanço significativo pelas organizadoras do evento. Entre as instituições que organizaram e apoiaram o evento estão a Unespar, a ONG Rede Sorella, e coletivos locais e nacionais como a União Brasileira de Mulheres.

O II Fórum contou com a participação especial da atual presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Ivanete Paulino Xavier, que representa a Rede de Mulheres Negras do Paraná e é servidora pública da UFPR. Em sua palestra, Ivanete compartilhou sua trajetória como militante das causas das pessoas negras e das mulheres. Ela relatou que iniciou sua atuação em 2015, quando participou da 1ª Marcha das Mulheres Negras, realizada em Brasília, e que agora está envolvida na organização da 2ª Marcha, prevista para novembro de 2025.

Para a palestrante, “a representatividade das mulheres ainda é insuficiente na elaboração e execução de políticas públicas voltadas para saúde, moradia e alimentação. Temos que discutir mais temas como sexualidade e a intolerância a religiões de matriz africana, que ainda enfrentam resistência. Nós, mulheres negras, sofremos com maior frequência violência obstétrica; eu mesma passei por isso e, na época, nem sequer reconheci a violência como tal. Precisamos sensibilizar as pessoas para lidar com as particularidades da saúde da população negra e de outros grupos marginalizados: indígenas, pessoas trans e quilombolas”. Ivanete enfatizou a importância da conscientização, tanto na sociedade quanto nos sistemas institucionais, para melhorar as condições de vida e garantir direitos às mulheres negras e outros grupos vulneráveis.

No segundo momento do evento, foram convidadas a compor a mesa representantes dos conselhos municipais ou articuladoras das políticas públicas relacionadas aos direitos das mulheres. Estiveram presentes representantes dos Conselhos de Guaratuba, Paranaguá, Antonina, Morretes e Pontal do Paraná. Cada participante apresentou as conquistas e dificuldades enfrentadas para estruturar os conselhos e mantê-los ativos. Os relatos reforçaram a necessidade da existência do Fórum de abrangência regional e da soma de esforços, por meio da articulação coletiva, do reconhecimento de direitos e da criação de políticas públicas efetivas para o combate à violência e a promoção dos direitos das mulheres que vivem no litoral do Paraná.

Nesse sentido, ao final do evento, a representante da União Brasileira de Mulheres (UBM), Matsuko Barbosa, apresentou uma proposta de carta a ser enviada aos gestores municipais eleitos em 2024, que assumirão as prefeituras em 2025, destacando as necessidades específicas das mulheres no litoral.

Texto e foto: Aline de Oliveira Gonçalves

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