Docentes do Setor Litoral recebem estudantes de Saúde Pública da Universidade de Harvard no litoral do Paraná
Os docentes Marcos Signorelli e Carla Straub, do curso de Saúde Coletiva, e Evaldo Ribeiro Jr, de Educação FÃsica, juntamente com a professora Simone Tetu Moyses, da PUC-PR, receberam nesta semana um grupo de estudantes de pós-graduação da área de saúde pública para atividades de campo no Sistema Único de Saúde (SUS), junto à Secretaria Municipal de Saúde do municÃpio de Paranaguá. Os estudantes são mestrandos e doutorandos, sendo que o grupo é composto por metade de estudantes da Universidade de Harvard (USA) e metade de estudantes de universidades brasileiras, que participam do 2019 Harvard – Brazil Collaborative Public Health Field Course. O curso é voltado a uma imersão no SUS brasileiro durante três semanas e possui vivências em temas: dengue, HIV/AIDS, tuberculose, saúde mental e violência. O curso já foi ofertado no Brasil algumas vezes, mas essa é a primeira vez que é realizado na região sul, sendo o estado do Paraná o escolhido e a UFPR a instituição anfitriã.
Os grupos das temáticas de dengue e violência realizaram boa parte de suas vivências junto ao SUS de Paranaguá, conhecendo como essas duas condições são manejadas na secretaria municipal de saúde. Em relação à dengue, o municÃpio conseguiu controlar uma situação de epidemia, observada a partir de 2015 e que neste ano encontra-se controlada. Foram necessárias muitas ações, que continuam em curso, incluindo identificação e monitoramento de áreas de risco, visitas domiciliares por agentes de endemias, campanhas em escolas, vacinação da população, aplicação do fumacê, dentre outras medidas.
Já no que tange à violência, os docentes do Setor Litoral participaram da apresentação das ações do Núcleo Municipal de Prevenção à Violência e Promoção da Paz, coordenado pela terapeuta ocupacional Helenize Zanon. A profissional, que é uma das preceptoras do programa Programa de Educação Tutorial (PET) Saúde, em parceria com a UFPR Litoral, apresentou as diversas ações do núcleo, que incluem a notificação dos casos de violência no Sistema de Informação de Notificação de Agravos (SINAN), a capacitação de profissionais para lidar com o problema e atender as vÃtimas, a realização de campanhas preventivas, bem como o papel dos diferentes atores que compõem a rede intersetorial de enfrentamento à violência, incluindo o papel das equipes de saúde pública, assistência social, educação, justiça, segurança pública, entre outras.
Também palestraram para o grupo a delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente VÃtimas de Crimes (Nuvria), a enfermeira responsável pela profilaxia de doenças em casos de violência sexual e um médico da famÃlia, que atua nas ilhas que compõem parte do municÃpio de Paranaguá. O grupo também conheceu a Unidade Básica de Saúde de Alexandra, onde pode conversar com a equipe de saúde da famÃlia, inclusive com agentes comunitários de saúde.Os profissionais de saúde da famÃlia são considerados atores-chave na identificação de casos de violência doméstica, pois visitam as casas das famÃlias periodicamente. A partir da identificação, os casos são notificados para produção de indicadores do número de casos, e as pessoas vivendo em situação de violência são encaminhadas aos serviços da rede intersetorial de acordo com suas demandas, podendo incluir cuidados em saúde, incluindo saúde mental ou fÃsica, assistência social ou então questões ligadas à justiça e segurança pública.
Além das visitas em Paranaguá, no litoral, outras visitas foram realizadas em Curitiba e Piraquara, incluindo a Casa da Mulher Brasileira, que atende mulheres em situação de violência, distritos sanitários, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dentre outros equipamentos e serviços públicos de saúde. Ao final, os estudantes devem propor um projeto de pesquisa ou intervenção a partir das visitas realizadas, que possa servir como devolutiva aos locais visitados.