De agosto a novembro deste ano o projeto Escola de Conselhos, coordenado pela professora Ane Bárbara Voidelo, do curso de assistência social (Setor Litoral), formou mais de 600 pessoas em diferentes regiões do estado do Paraná. O programa de formação, Escola de Conselhos do Paraná da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), visa o fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) no Estado do Paraná.
“Até agora tivemos mais de 600 pessoas certificadas, que já concluíram o curso de 90 horas. Foram mais de mil pessoas inscritas, algumas delas ainda estão cursando na plataforma on-line”, explicou a coordenadora. O curso é voltado para conselheiros tutelares, conselheiros municipais de direito da criança e do adolescente, além de diretores de instituições não-governamentais; e profissionais que atendem nas redes municipais e estaduais: assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, advogados, pedagogos, entre outros.
“Tivemos a participação de atores do sistema de justiça, em especial destaco os promotores das comarcas das localidades em que a Escola esteve. Também destaco a presença de adolescentes, que já atuam nas instâncias de defesa dos seus direitos, como foi o caso do Comitê Participativo Adolescente do Paraná (CPA)”, complementou a professora Ane.
Segundo ela, o maior desafio é compreender e atender as diferentes demandas regionais, uma vez o que o estado é bastante diverso, sendo necessário criar um mapa estratégico de temas e dados, para que os ministrantes e participantes pudessem compreender o percurso de cada tipo de violência praticada e as repercussões nas políticas sociais. “Cada região tem uma formação preparada de acordo com os dados mais alarmantes dos municípios. Na Região que denominamos de segundo Planalto, que é o caso da região de Ponta Grossa, foram as temáticas de infâncias marginalizadas, trabalho infantil e programas de ameaçados de morte que tiveram maior repercussão. Muitos cursistas foram conhecer essas temáticas e políticas para atendimentos”, ressaltou.
Segundo a professora, até agora a equipe recebeu muitas devolutivas positivas, cursistas que afirmaram que o curso alterou a sua forma de trabalho, facilitando o fluxo de atendimento da rede, iniciando processos de diálogo nos municípios. Outra temática que foi importante para os cursistas, foi o manejo de pessoas neurodivergentes, em especial autistas, na hora da abordagem pelos profissionais e conselheiros. A formação apresentou técnicas que são utilizadas para facilitar o atendimento.
A segunda etapa da Escola de Conselho terá início em março de 2026, até junho de 2026, irá atender as regiões de Guarapuava, Umuarama, Londrina, Francisco Beltrão, Cornélio Procópio e Paranavaí, abrangendo um total de 226 municípios. “Teremos grandes desafios até junho, quando iremos concluir todos esses municípios do estado. Iremos formatar o curso para atender as demandas específicas de cada região e serão incluídos mais temas no curso, relacionados aos dados de violência”, conclui a professora.
Interações Culturais Humanísticas
A Escola de Conselhos também ofertará um módulo (disciplina) no Setor Litoral da UFPR, uma Interações Culturais Humanísticas, chamada Conselhich, na qual será abordada a legislação da área da criança e do adolescente. O módulo é aberto aos estudantes, professores, técnicos da universidade, bem como toda comunidade em geral. Será ofertado todas as quartas-feiras, das 19h30 às 22 horas. Período de Março a Junho. Inscrições de 23/02/26 a 06/03/2026.
