A UFPR Litoral promoveu um debate O dia depois de amanhã: desafios para o futuro de um Brasil que insiste no passado, visando contribuir para a compreensão do momento brasileiro atual e dos desafios futuros.
Para isso, foram convidados o professor Emerson Urizzi Cervi, do Departamento de Ciência Política da UFPR, doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj); Marcelo Kunrath Silva, doutor em sociologia e professor desse departamento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A professora Cinthia Sena Abrahão, economista e doutora em geografia, fez a mediação do debate.
Emerson apresentou uma pesquisa em que analisa o perfil do desempenho dos partidos políticos brasileiros desde o ano de 1989. Para ele, os partidos, no Brasil, são instituições fortes e o que acontece no decorrer dos anos são divergências e realinhamentos de forças entre eles. Na sua análise, Cervi levou em consideração aspectos do desempenho dos partidos por município e características como o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, a variação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a proporção de católicos e evangélicos na população. “Podemos observar que nos últimos anos houve um grande enfraquecimento do PT e do PSDB. As crises política e econômica fizeram com que houvesse um ambiente para a busca por mudança”, afirmou Cervi. Para ele, só tempo irá demostrar se essa mudança é momentânea (divergência) ou mais permanente (realinhamento).
Marcelo Kunrath Silva fez uma análise pelo ponto de vista dos movimentos sociais, enfatizando que desde o início do governo do PT, vários segmentos já alertavam que não se poderia esperar mudanças estruturais dentro do contexto em que estavam. Para ele a questão que deve guiar as reflexões sao as desigualdades presentes no Brasil. “Vivemos em mundos distintos, desconectados. Temos o desafio estrutural de diminuir essas desigualdades entre os brasileiros”, alertou Silva.
Para os organizadores, o evento contribuiu para reconhecer aspectos históricos, econômicos e sociais, relações de interesses e contradições, visando desmistificar jargões criados no decorrer das campanhas eleitorais e ampliar a dimensão de elementos de análise para além daqueles expostos nos meios de comunicação.