Violência contra mulheres foi pauta de evento

 27 de novembro de 2018 - 17h59

Na ultima segunda-feira (25/11), a UFPR Litoral reuniu servidores, estudantes e comunidade para discutir questões relações de gênero. A iniciativa de promover o II Fórum de Enfretemento à Violência Contra a Mulher foi da Seção de Políticas Afirmativas, Assuntos Estudantis e Comunitários (Sepol), especialmente da estudante de Serviço Social e estagiária da Seção Bárbara Antunes Silva. Bárbara aplicou, em setembro deste ano, uma pesquisa entre estudantes mulheres da UFPR Litoral, da qual participaram 244 pessoas, que representam 21% do universo de mulheres matriculadas no Setor. Entre as respondentes, 21% afirmou que atualmente sofre alguma forma de violência e 72% já sofreu violência doméstica em algum momento da vida. Na abertura do evento, Bárbara ponderou que, diante desses números, a cada cinco mulheres que cumprimentamos no Setor Litoral, uma está em situação de violência. “Isso é muito grave”, alertou Bárbara.

A primeira atividade do evento foi roda de conversa com o tema A violência doméstica e familiar contra a mulher: agentes, manifestações e prevenção. A mesa contou com a presença de Anna Carolina Lucca Sandri, do grupo de Promotoras Legais Populares, projeto de extensão da UFPR. Anna enfatizou a necessidade da existência de grupos de apoio que rompam o isolamento, para que as mulheres se sintam seguras para fazer denúncias e conseguir sair de relações violentas.  “Hoje temos uma estrutura social que sustenta a autoridade do homem em relação a mulher, mas isso é uma construção social e histórica, que é vista como natural”, problematizou Anna Carolina.

A estudante de geografia, Emanuelle Aguiar de Araujo (Manu Aguiar), que milita pelos direitos das mulheres com deficiência, lembrou que as elas são um dos grupos mais vulneráveis à violência doméstica e institucional, uma vez que têm limitações de acessibilidade e comunicação e que os serviços públicos não são acessíveis a elas. “Ser mulher com deficiência é acumular vários preconceitos. Toda pessoa tem direito de ter uma vida social, mas para essas mulheres isso é negado”, enfatizou Manu.

Roseli Isodoro, que foi vereadora e secretária da mulher no município de Curitiba, declarou que é preciso reunir esforços para que as poupas políticas públicas que estão acontecendo em defesa da mulher continuem disponíveis. “Não basta somente a gente conhecer a lei Maria da Penha, que completou 12 anos de existência. É fundamental que a sociedade se aproprie do conteúdo dela, apenas dois por cento da população conhece seu conteúdo”, refletiu Roseli.

A programação continuou com outras duas rodas de conversa, uma à tarde, com o tema Juntas Somos Mais Fortes, que visou construir o calendário de ações para o ano de 2019; e outra à noite, com tema Todas/os por uma! Orientações sobre o atendimento da mulher em situação de violência doméstica e familiar. Para a assistente social Tatiana de Fatima Santos o enfrentamento da violência não é apenas dos profissionais que atendem a demanda, e não é apenas da vítima também, mas de toda a sociedade. “Podemos realizar o enfrentamento de forma universal e coletiva, tendo em vista a realidade do país e a cultura de cada região. Frente a tantos retrocessos na atual conjuntura, não podemos deixar que a violência contra a mulher continue crescendo, e com dados alarmantes”, destacou a debatedora.

Para a assistente social, Joelma Pereira, o Fórum foi um momento importante para reunir pessoas ligadas a essa problemática e construir um calendário de ações para o ano que vem. “Queremos que o evento se torne anual”, concluiu Joelma.

Confira as fotos

Rua Jaguariaíva, 512 - Caiobá
Matinhos, Paraná | CEP 83.260-000
Fone: (41) 3511-8300