A Universidade Federal do Paraná (UFPR) formou 19 estudantes na primeira turma de Licenciatura em Educação do Campo Ciências da Natureza no último dia 12 de março. “Sentimos muito orgulho, pois esta formação é conquista importante de trabalhadoras e trabalhadores do campo que lutaram coletivamente por uma Educação do Campo”, afirma a professora Andressa Kerecz Tavares.
Segundo a equipe de professores do curso, as camponesas e camponeses sempre tiveram o direito ao acesso a universidade historicamente negado e agora tornam-se educadores e educadoras para aturem nas escolas do campo e em suas comunidades. A parceria da Universidade Federal do Paraná com os movimento Sociais da Via Campesina consolidou uma das mais importantes lutas dos trabalhadores/as do campo: a formação em nível superior! Estudantes, de vários estados brasileiros compuseram a turma, sendo eles: Rondônia, Mato Grosso, São Paulo e Paraná e de diversos Movimentos Sociais (MST, MAB, Comunidade Faxinalense e agricultura familiar e camponesa).
O curso foi uma parceria entre a UFPR Setor Litoral e a Escola Latino-americana de Agroecologia (ELAA). O ato cerimonial de formatura contou com a participação do diretor da UFPR Setor Litoral, Renato Bochicchio, docentes do curso, lideranças dos Movimentos Sociais, comunidade do Contestado e familiares dos formandos. Esta turma, denominada Albert Einstein, ingressou na UFPR em 2014, as aulas foram realizadas na Escola Latina de Agroecologia, com períodos na UFPR Litoral e outros em alternância e itinerância. Formato que possibilitou que trabalhadores conseguissem concluir a graduação.
PRONACAMPO 2012
O curso de Licenciatura em Educação do Campo com ênfase em ciências da natureza é de caráter especial e faz parte do PRONACAMPO 2012. Destina-se à formação de docentes para atuar em escolas do campo. Tem como público-alvo os educadores do campo que não possuem curso de licenciatura, atendendo ao decreto n. 7352/2010, que privilegia também agricultores familiares, assentados, acampados, pescadores, ribeirinhas, ilhéus, quilombolas, indígenas e povos da floresta. São oferecidas, a cada vestibular, 40 vagas na modalidade presencial em regime de alternância. Esse curso tem um vestibular especial, que atende aos critérios estabelecidos pelo PRONACAMPO, em consonância com as Diretrizes Operacionais da Educação do Campo, instituídas em abril de 2002 pelo MEC.