A Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Museu Paranaense promoveram o evento “Arte indígena contemporânea em foco”, realizado na última quarta-feira, 10. A atividade que integra os calendários do Abril Indígena da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) e do Museu reuniu pesquisadores, alunos indígenas e interessados na temática com a proposta de debater e apresentar a estética e a poética ameríndia.
Mesa-redonda, sarau poético, exposição de arte com obras e painéis ilustrativos da arte contemporânea indígena e exibição do filme “Euller Miller – entre dois mundos” integraram a programação. O audiovisual retrata a história do estudante indígena do curso de Odontologia da Universidade, Euller, que nasceu no Mato Grosso do Sul e pertence à etnia Guarani Kaiowá.
Na abertura do evento, a tutora e os estudantes do Grupo PET Litoral Indígena da UFPR realizaram uma performance no Auditório José Loureiro Fernandes, no Museu Paranaense. O grupo interpretou o texto poético Makunaima, o Meu Avô em Mim, de Jaider Esbell, publicado em 2018 em dossiê na Revista Iluminuras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) organizado pela professora da Câmara de Licenciatura em Artes do Setor Litoral, Ana Elisa de Castro Freitas.
“A encenação reflete metodologias de formação e de docência que são objeto de pesquisa no PET e que incluem a performance como prática educativa. Cada estudante escolheu um parágrafo para performatizar e para veicular. De forma complementar, revela um pouco da estratégia da extensão universitária em que o ensino e a pesquisa se integram na prática extensionista”, explica Ana Elisa, que é tutora do grupo e idealizadora do evento. De acordo com a professora, Jaider é um expoente da vanguarda de arte indígena contemporânea brasileira.
O Grupo PET Litoral Indígena reúne 12 bolsistas de diversas etnias indígenas, regularmente matriculados em cursos de graduação da UFPR. “Uma das metas do PET é a difusão dos pensamentos, das culturas e das artes indígenas na Universidade e na sociedade. Por isso a gente busca novas estratégias na extensão universitária que promovam essa extensão mais qualificada, mais eficaz”, informa a tutora.
A programação do Museu Paranaense conta com um curso de introdução à língua e cultura Kaingang, com início no mês de abril, e apresentações dos povos Fulni-ô. “O Museu, por meio do Abril Indígena, quer promover o protagonismo dos índios. São eles que estão aqui apresentando o curso de línguas, sua arte, a dança, o artesanato, para que a população em geral os conheça mais. Vencer o preconceito, ter mais conhecimento, ter acesso, e que eles mesmos falem de si”, afirma a antropóloga do Museu Paranaense, Maria Fernanda Campelo Maranhão.
Confira as atividades do Abril Indígena da UFPR aqui.
Fonte: UFPR – Por: Bruna Bertoldi Gonçalves